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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Texto 1



Olá, amor.
Tenho medo, mas vou-me despir destas peles impostas e vou te contar tudo. Hoje sinto-me triste e agravasse a falta que sinto tua. Imagino-me a pedir-te um abraço de forma crua, assim nu, sem defesas, completamente ingênuo e sincero. E tu surpreendida, de testa franzida,  investigas os meus olhos castanhos e pensas no meu estranho pedido cheio de sombras de mágoa que nunca te faço. Gosto tanto do teu rosto e das várias expressões que lhe saem, nunca me canso delas. Mas eu insisto sem uma palavra ou um gesto que entres no meu mundo oculto, quero te mostrar como ele é e aceito o risco de que me magoes. Quem me dera contar-te as coisas sem usar as palavras querida, mas mesmo assim existem condicionamentos para aquilo que sentimos, certo? Não foi capaz amor, de absorver o mal de alguém e de me conter nele, agi de fúria e magoei embriagado na raiva como um cão. Não tive a capacidade de aceitar, de tentar compreender, de pensar e ter tomado a decisão certa. Magoei porque me magoaram!!!  E a desilusão de mim mesmo esmaga-me. Já devia ser capaz de melhor. Mas magoou tanto. Quero que venhas, que me olhes olhos nos olhos e muito friamente me equilibres. E me ponhas os pés na terra. Vêm rápido. Quero ouvir a tua voz, quero imaginar com ela. Encontra-me de uma vez por todas.     

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