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domingo, 29 de setembro de 2019

Self knowledge was key


Durante demasiado tempo ignorei e desprezei a complexidade das interacções humanas, e sempre me esquivei de estudar o social,  por mais que a curiosidade o incutisse. Mas há pouco tempo, e pelas exigências da minha vida actual que me levaram uma grande emancipação. Comecei a tentar olhar para o assunto de outra perspectiva, comecei a trocar umas ideias por outras, e o meu comportamento começou, até de uma maneira subconsciente, alterar-se face a essas novas ideias mudando as minhas relações com os outros.  E como quando somos miúdos e não gostamos de um certo prato, para depois crescer, e passar a adorá-lo; comecei a gostar de tudo o que se relaciona com o tema.
  Fui-me lançando no entendimento com o outro : sem voltar a ignorar o significado de um olhar, o sentimento que se reflecte num gesto e transparece, o sinónimo de uma idiossincrasia que me mostra a tua personalidade. Mas principalmente, passei a valorizar aquela "prespicácia" que se vê tão natural em algumas pessoas, e que vale ouro, de entender todos sem excepção. Aquela inteligência que sobre o axioma do "nem tudo o que é do outro, me é estranho", ultrapassa a aparência, cultura ou língua, e de facto permite entender o outro, não interessa quem.
  Já foi definido alguns anos esta tal "prespicácia" social, mas foi se tornando cada vez mais e mais popular até aos dias de hoje. Chama-se : inteligência emocional. E ela pode ser trabalhada e apurada, respondendo de uma forma sistemática às seguintes perguntas : "O que estou a sentir agora ? ", "Porque é que estou a sentir o que estou a sentir ? ". A pessoa, respondendo a estas questões uma e outra vez passa a conhecer-se muito melhor, sabendo dizer de uma forma objectiva e certeira o que sente na situação A ou B. Depois de adquirir tal consciência e a saber analizar-se ganha assim, segundo os especialistas, a capacidade para entender o outro...

 E agora pergunto : não é isto óbvio ? Não foi isto, desde o inicio, claro como água ?
 Não é óbvio que nós, humanos, pessoas, sempre tivemos o suficiente em comum para que, ao nos entendermos a nós próprios, ao ganharmos uma visão cada vez mais alargada do nosso self e do nosso espectro de sentimentos, ganhamos também uma melhor percepção sobre como o outro é, e o que sente? 

domingo, 25 de novembro de 2018

Uma vida perto da verdade 1


Estar perto da verdade, dizê-la sem piedade ou pudor, aos outros, e principalmente a nós mesmos. Encarar assim a vida de frente, com frontalidade, olhos nos olhos, de modo que esta nada nos possa esconder. Os anos vão avançando. E eu cada vez mais me convenço que a vida não passa só de um jogo de adaptação e inteligência, e que a minha irmã tinha razão quando, há doze anos atrás, numa atípica serenidade me disse: “Tu ainda julgas que vais mudar o mundo. Mas o mundo é que te vai mudar a ti.”
Assim, se temos que nos adaptar à vida que seja o mais depressa possível! Vivendo este ideal, tendo a verdade como nossa mestre e a vida como nosso propósito. E quando dermos um passo no escuro do desconhecido, quando um novo desafio surgir no nosso caminho. Independentemente da nossa prestação ao enfrentá-lo. Seremos brutalmente honestos connosco mesmos, ao estarmos sozinhos, sentados em algum sofá, quietos de introspecção. Mas também na expressão da verdade da vida ao outro, a quem amamos, seremos duros como somos para nós mesmos, sem nada suavizar, sem piedade; passaremos a mensagem em bruto, com a serenidade e gravidade que ela de facto tem no contexto da vida contemporânea, de modo a que os outros entendam indiscutivelmente o seu valor e se adaptem tal como nós!   
E com certeza assim, com todos os dissabores e sofrimento que esta forma de encarar a vida poderá causar na dualidade de nos encontrarmos connosco próprios, e ainda assim estarmos em harmonia com os outros; colheremos o fruto da nossa dura adaptação. Estaremos verdadeiramente preparados para a vida, prontos para a viver ao máximo através do seu reconhecimento, por a aceitarmos tal e qual como é, e por consequência nos aceitarmos a nós mesmos. Teremos uma vida digna, com honra e com o orgulho de sabermos o nosso verdadeiro valor e contribuirmos para o dos nossos mais queridos.

domingo, 18 de março de 2018

Cinismo


Odeio os cínicos. Muitos foram ou são meus amigos, e assim, é por amor que os odeio. Presenciei os seus hábitos, o ciclo vicioso que perpetuam, de criticarem a sociedade, a democracia, o mundo, e todo o que é importante de uma forma tão leviana como se o “café da manhã” se tratasse, apenas para serem eles os autores da denuncia; ou então, para que, ao exprimirem os argumentos que levam à sua descrença, estes sejam validados pelos outros, e de alguma forma o delator seja compreendido e considerado. Atenção, também eu estimo alguém que abertamente expõe problemas que a todos afetam, demonstrando inteligência e perspicácia, no entanto repugna-me imensamente quando o fazem de uma forma tão vulgar SEM NUNCA, em tempo algum, tomarem uma pequena ação que seja para resolverem o problema.    
Ouço o que eles me dizem com ecos de dor, e no conjunto das suas conjeturas pessimistas pressinto insignificância e frustração por acharem que não conseguem mudar nada. Será que se conhecem? Será que conhecem realmente o mundo? Ou sou eu que estou enganado, e a única coisa que podemos realmente fazer é espalhar a critica, vangloriarmo-nos da nossa descrença, e arranjar desculpas?     
E assim, acabar por me tornar alguém que: critica, mas não vota; critica, mas não é camarada e não faz parte ou apoia qualquer reforma ou revolução; critica, mas não luta pelo mundo melhor, nem que seja pela geração seguinte.
Eu sou um lutador, no combate me valorizo e glorifico, e sem conhecer outra maneira de agir e de me amar, com todas as forças, me recuso a cair perante esta mão invisível, poderosa e omnipotente, de que me falam, que nos torna descrentes e nos desmotiva na luta contra os problemas do sistema e da sociedade. E na minha decisão, abraço todas as consequências que poderão advir.

sábado, 28 de outubro de 2017

Melhores amigos 2/2

Chegou a hora de falar sobre a CG. Não existe palavras ou forma que, com a exatidão que é exigida a algo tão relevante, conseguiam quantificar ou definir o quanto a sua amizade enriquece e eleva a minha vida. E claro, como em todas as relações que temos, a origem de toda esta importância está na empatia que temos um pelo outro. É fácil olhar para ela, estar com ela, falar com ela, com ou sem palavras. Olhares, sorrisos, expressões não tão claras assim, entendo-as todas ou quase todas, pois no final de contas, é como se estivesse a olhar para o meu próprio reflexo a maior parte do tempo. Partilhamos muitos ideais e gostos, temos tendência para valorizar e desprezar as mesmas pessoas, pois até nas qualidades e princípios que apreciamos e procuramos nos outros existe consenso. Com ela sou sempre genuinamente ridículo, descarado e inesperado, pois ela em vez de me criticar ri-se como se fosse uma criança. Acho orgulhosamente que represento para ela honestidade, lealdade e sagacidade.
No entanto, se existe dia tem que existir noite. E na complexidade daquilo que eu sou e daquilo que és, apesar de tanta cumplicidade, acredito solenemente que no fundo somos criaturas diferentes e isso muitas vezes mostrou-se em discussões e desacordos.
Como disse, talvez não consiga definir o quanto a tua amizade representa para mim, mas tenho a certeza que uma das coisas que a torna tão valiosa é esta mesma diferença no meio de tantas semelhanças. É que, não me parece que travar conhecimento com uma pessoa demasiada parecida comigo traga grandes vantagens. Se não puserem em causa aquilo que sou com pontos de vista diferentes como ei-de crescer? Como poderei formar equipa com alguém que tens as mesmas virtudes que eu? …
Assim, o quer que aconteça daqui para a frente, para mim, seremos sempre binómios.
Para a CG, do óbvio amigo João.

sábado, 23 de setembro de 2017

Melhores amigos 1/2

Ricardo AAAAAAA és o meu melhor amigo. Falei uma vez com a melhor amiga, numa conversa cínica durante uma das minhas crises existências da adolescência, sobre que motivação é que ela encontrava para continuar a viver a vida. E ela disse-me, inspirada, que ainda achava que ia fazer qualquer coisa de extraordinário como não morrer em vão, morrer com honra, para salvar outra pessoa. Eu entendi o que ela quis dizer. E eu nunca gosto de dizer coisas tão sérias e significativas como estás sem antes ter a certeza absoluta que era capaz de as cumprir, mas seria uma honra para mim morrer, se isso significasse que continuarias a viver. Pois, tu deves entender, para mim e pela nossa diferença de idades eu vejo-te muitas vezes como o meu protegido que tem muito para apreender mas que, no entanto, tem todas as virtudes que me faltaram e que não me permitiram ser mais feliz nesta vida. Eu sofro quanto tu sofres meu irmão não duvides disso, e estou alegre quanto tu estás.

Tu fazes macacadas e expões-te em figuras ridículas e os outros riem-se, uns genuinamente e sem te julgar agradecendo até pelo bom momento que crias e outros com maldade, criticando-te pelo teu à vontade. Mas digo-te, com toda a certeza, que duma maneira ou de outra és melhor que todos eles, nunca conheci alguém tão genuíno e cheio de virtudes relativamente às amizades que mantem como tu. Devo-te dizer, que desejo profundamente que continuemos a ser tão amigos como somos agora e tu, muitas vezes me dizes: “Nós vamos ser assim até sermos velhos” e eu, cínico como sou (desculpa) vou fazer tudo o que puder para que se mantenha assim e façamos o improvável, mantermo-nos amigos até ser velhos…

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Relatório de Vida, Parte 1

Embrigado de alegria escrevo….
A vida é fácil se se luta por ela, se nos conhecêssemos e se a conhecemos. Quanto mais o tempo passa mais a vida se me revela, e mais me adapto a ela vergando-me humildemente à sua vontade indomável. Sei sofrer, e sei aproveitar os momentos bons. E saber sofrer é mais importante na vida prática do que saber aproveitar a vida boémia.

 Depressa a minha personalidade se altera esculpida pelos apanágios dessa minha realidade, e já não sou o mesmo João! Note na minha pessoa mais uma mudança de alma do que propriamente a mudança física previsível e esperada. Sempre olhei para mim com um olhar de sofrido orgulho por ser distinto, diferente, e por essa razão sempre acreditei que a minha metamorfose na vida adulta e na necessidade de ganhar dinheiro e sobreviver fosse também ela, distinta e diferente. Contudo não foi. Acabei por adaptar e colocar como meus, comportamentos que havia visto nos mais velhos e que observava que funcionavam, relacionando-se com uma vida feliz e saudável. De resto, passei a olhar muito humildemente os mais velhos, uma vez que a sua experiência de vida – às vezes o dobro da minha – lhes permite saber realmente qual é o comportamento mais indicado nos vários momentos da vida. 

(...)