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domingo, 18 de março de 2018

Cinismo


Odeio os cínicos. Muitos foram ou são meus amigos, e assim, é por amor que os odeio. Presenciei os seus hábitos, o ciclo vicioso que perpetuam, de criticarem a sociedade, a democracia, o mundo, e todo o que é importante de uma forma tão leviana como se o “café da manhã” se tratasse, apenas para serem eles os autores da denuncia; ou então, para que, ao exprimirem os argumentos que levam à sua descrença, estes sejam validados pelos outros, e de alguma forma o delator seja compreendido e considerado. Atenção, também eu estimo alguém que abertamente expõe problemas que a todos afetam, demonstrando inteligência e perspicácia, no entanto repugna-me imensamente quando o fazem de uma forma tão vulgar SEM NUNCA, em tempo algum, tomarem uma pequena ação que seja para resolverem o problema.    
Ouço o que eles me dizem com ecos de dor, e no conjunto das suas conjeturas pessimistas pressinto insignificância e frustração por acharem que não conseguem mudar nada. Será que se conhecem? Será que conhecem realmente o mundo? Ou sou eu que estou enganado, e a única coisa que podemos realmente fazer é espalhar a critica, vangloriarmo-nos da nossa descrença, e arranjar desculpas?     
E assim, acabar por me tornar alguém que: critica, mas não vota; critica, mas não é camarada e não faz parte ou apoia qualquer reforma ou revolução; critica, mas não luta pelo mundo melhor, nem que seja pela geração seguinte.
Eu sou um lutador, no combate me valorizo e glorifico, e sem conhecer outra maneira de agir e de me amar, com todas as forças, me recuso a cair perante esta mão invisível, poderosa e omnipotente, de que me falam, que nos torna descrentes e nos desmotiva na luta contra os problemas do sistema e da sociedade. E na minha decisão, abraço todas as consequências que poderão advir.

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