Acho que no fundo tentei ser normal.
Por um momento na minha vida, o João, esticou-se em toda a capacidade de extensão da sua alma, para alcançar o sonho gigante de pelo menos sentir
uma metade, de uma fração minúscula, do que é isso de amar.
Ouviu histórias,
pessoas que lhe descreveram, que morriam para sentir "aquilo" de novo. Ele viu a
expressão desse sentimento através de corpos. Mas e as almas que comandavam
esses corpos? O que é que nelas estava escrito? Não sabia, nunca poderia saber,
porque a resposta não era uma questão de lógica ou até de imaginação (ele tinha
muita). Estava no inexplicável do sentir,
na eternidade infinita dos caminhos traçados nas estrelas.
O João desejou
realmente desta vez, desejou mesmo, tentou tudo, e apostou alto mesmo com as
cartas inúteis que achou que tinha. Murmurava muitas vezes a si mesmo, palavras
corajosas, que falavam sobre um tal tesouro da sua vida que havia encontrado,
aquilo que sempre estivera à procura!( Mas que não sabia.) Ele tinha descoberto o que queria! O que o iria sempre inspirar pela vida fora,
em manhas causticas de gelo, em tardes serenas e espaçosas de verão. O seu propósito,
a sua razão de existir!
FIM?
a) Acredito,
agora, através de uma luzinha minúscula que ilumina quase inútil, nas trevas de
mim, como um pequeno chapéu em dia de ventos e chuvas fortes. Que amei um pouco. E
recordando, pareceu-me que dia após dia ia percebendo esse desejo imenso e
intenso que nos arde por dentro, que nos deixa um sabor inesquecível e teimoso
na boca, na língua, de querer alguém, de morrer por alguém. Foi dia após dia -
e agora estou a ter mais certeza , e é mais coisa absoluta à medida que
escrevo - que o meu entendimento acerca
do amor foi crescendo. E como era bom ter essa compreensão, essa perceção! Vê-la
crescer com uma criança pequena.
Mas acredito
também que quando a centelha que iluminava este adubado entendimento estava
prestes a deflagrar/explodir como que o seu rastilho se apagou e tudo caiu como estrutura
ilusória, que era afinal de cartas…
Sem comentários:
Enviar um comentário