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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Diário 20-09-2013





Saio do prédio para uma exaltação de espírito. O vento hospitaleiro me saúda com apaziguamento. Levo a sensação de poder mudar o mundo e todo o que é de mim se diviniza. Numa embriaguez de entusiasmo vejo os prédios que me cercam como obras louváveis, projetando-se para o céu pintado dum azul claro, que se encontra com a sinceridade ingénua da minha alegria. E eu não quero pensar, não quero percorrer o caminho da introspecção, quero seguir o meu corpo, e ele diz-me para andar, para ir viver e não perder mais tempo. Tenho de atravessar a estrada para encontrar o meu carro. O semáforo torna-se imediatamente verde para pessoas, como um indício de destino. Num sinal de harmonia com aquilo que é meu e interior, e com o mundo e a vida crua que é o exterior. Vejo-te, homem que se aproxima em sentido contrário ao meu, sei que dás conta da minha alegria neste vazio de realidade, na podridão desta vida. Até tu me pareces outro.

Avisto as docas ao fundo neste meu enlevo, através duma elevação de pedra. O meu lugar de sossego e conciliação. Lembro-me de ti numa noite de estrelas, num desassossego das águas do mondego. Recordo-me do teu sorriso invejável e de felicidade eterna, e dos teus cabelos a esvoaçar como uma caricia da brisa do rio.  Todo em ti era plenitude para mim. Se ao menos pudesses saber o quanto eu gosto de ti…

Encontrei-me mas não me encontrei. Só me encontrarei quando te encontrar.        
 

3 comentários:

  1. Porque é que sinto que a tua "busca" está a ser demasiado desesperante e longa?

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  2. Sentes bem. Mas para felicidade minha "estava" a ser demasiado desesperante e longa :)

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