Saio do prédio para uma exaltação de espírito. O
vento hospitaleiro me saúda com apaziguamento. Levo a sensação de poder mudar o
mundo e todo o que é de mim se diviniza. Numa embriaguez de entusiasmo vejo os
prédios que me cercam como obras louváveis, projetando-se para o céu pintado dum azul
claro, que se encontra com a sinceridade ingénua da minha alegria. E eu não
quero pensar, não quero percorrer o caminho da introspecção, quero seguir o meu
corpo, e ele diz-me para andar, para ir viver e não perder mais tempo. Tenho de
atravessar a estrada para encontrar o meu carro. O semáforo torna-se
imediatamente verde para pessoas, como um indício de destino. Num sinal de
harmonia com aquilo que é meu e interior, e com o mundo e a vida crua que é o exterior. Vejo-te, homem que se aproxima em
sentido contrário ao meu, sei que dás conta da minha alegria neste vazio de
realidade, na podridão desta vida. Até tu me pareces outro.
Avisto as docas ao fundo neste meu enlevo, através
duma elevação de pedra. O meu lugar de sossego e conciliação. Lembro-me de ti
numa noite de estrelas, num desassossego das águas do mondego. Recordo-me do teu
sorriso invejável e de felicidade eterna, e dos teus cabelos a esvoaçar como
uma caricia da brisa do rio. Todo em ti
era plenitude para mim. Se ao menos pudesses saber o quanto eu gosto de ti…
Encontrei-me mas não me encontrei. Só me encontrarei
quando te encontrar.
Porque é que sinto que a tua "busca" está a ser demasiado desesperante e longa?
ResponderEliminarSentes bem. Mas para felicidade minha "estava" a ser demasiado desesperante e longa :)
ResponderEliminaruhuh novidades? quero saber! ;)
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