Já a tarde descia, pensativa e silenciosa e eu já a via, completamente
sereno comigo mesmo. É em momentos como este que subo os degraus da edificação,
e me encontro com o meu desejo vincado de encontrar o equilíbrio e a serenidade,
na mais subtil e verdadeira sabedoria; de ser um dia, talvez, como aquele homem
que tanto prezo -acabo por pensar sem o meu consentimento.
Meu Deus. Tudo isto. A
alma e o intelecto num mistifório indistinto de pura surpresa
e reencontro com um sonho de vida, ou com o sonho da vida?
Sou eu, são estes os
meus olhos acastanhados, profundos e amigáveis que olham os dos outros.
Repletos de uma vontade de viver, força e placidez que não se perde na tradução.
E enche-me do cérebro até às entranhas, pela a minha destreza intelectual por
agora tão irreparavelmente certeira, uma certeza absoluta sobre a quem realmente
pertenço e onde tenho que estar, e o que quero ter para ser feliz.
E tudo é assim. E não tenho
duvidas que é assim. Não é que o
pensamento me traia porque agora todo eu, carne e osso, cérebro e coração, abstrato
e concreto, é a mesma coisa. E com esta astuta revelação do destino -muito
embora tudo possa ser uma mentira ou uma impressão- percebo toda a minha calma
e firmeza. Quanto mais sei quem sou, menos me afeta o que é
superficial e vazio no mundo externo e cruel.
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