Foi ao estar a entrar para a casa de banho que, aos 24 anos,
me apercebi que me tenho culpado por tudo o que aconteceu. A cadeia de
pensamentos, até interessante, foi a seguinte: Estava a recordar-me daquilo que
classifiquei como um erro, num desafio académico recente, parecia já pronto
para me culpar sem indulgência como me é hábito, quando me surgiu,
imediatamente e através de um mecanismo que suspeito que vêm com a maturidade
(idade), uma série de argumentos em minha defesa, como que se erguesse um
escudo contra a minha vitimização persecutória, a minha escrupulosidade nojenta
do meu criticismo e rigidez excessivos...
a dramatização criada por mim e contra
mim. O efeito repercutiu-se no meu pensamento já consciente. Pois na altura em
que abri a porta do meu quarto para ir à casa de banho, não tanto por vontade
mas por a moleza de fazer um intervalo e interromper o estudo, não tinha
planeado pensar em falhas em exames nem em coisa nenhuma! Mas parece que o meu
subconsciente sim, e estimulou o que veio a seguir:
Comecei a pensar em culpa. Nesta aparição de
auto-subsistência, nova na minha maneira ser. E pronto,.... lembrei-me de nós, continuo a
sentir muito a tua falta. De estares comigo, conversares comigo. Poder
contar-te tudo, mostrar tudo o que sou, sem repreensões, sem restrições de não
ser entendido. Obrigado, por me teres mostrado que existe alguém como tu, capaz
de me alcançar, até no mais fundo de mim, nessas, por vezes, profundezas
obscuras e negras! E tenho feito tanto mal que nem imaginas. Sinto a tua falta. Será que tenho razões para
me sentir culpado?
De resto tenho vivido nesta casa que apenas se pode encher de personalidade e alegria de espírito dentro da sua humildade de materiais físicas, constituintes de uma casa que se chame casa.
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