Fotos de criança. Estranhas fases aquelas pelas
quais eu passei para chegar à minha figura atual. Sorrisos imperdíveis, como
pérolas de história aguardavam-me ali, naquele objeto, era só existir
atrevimento e impaciência disfarçada de renascença para ir á descoberta do passado. "E já era
engraçado naquela altura e tudo", segreda-me ao ouvido a parte de mim
cheia de entusiasmo e uma impressionante e invejável vontade de viver. Estranhamento
abarcado com falta de reconhecimento foi o meu sentimento natural. Em nada arquitetado
pelo pensamento, foi isto que senti e mais nada!
Na
foto nostálgica de que falo, eu ergo-me um pouco mais alto que a minha irmã e
que o meu irmão, que permanecem nos meus flancos. A foto apanha as faces do meu
irmão e da minha irmã e não o seu corpo, enquanto eu, um pouco mais alto, não
sei se por estar ao colo de alguém, surgo com a cabeça e o peito, cortado pela
cintura. Na minha mão está uma pequena gaiola
de plástico, onde permanece um grilo que não se vê. E a minha cara é de...
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