"Onde
está o João?",penso.
Vou
me perdendo aos poucos. Agora já nem sei quem sou. A indiferença é como uma
sombra, sempre presença forte e imutável como o sol de verão, hora após hora,
ao longo do dia. Olho para aquele momento em que foi feliz por cima do ombro,
já la tão atrás, tão desfocado pela maneira como pelo canto do olho o relembro.
Por vezes surge-me o facto de não
sentir nada, como um tormento disfarçado que ainda não foi capaz de desmascarar,
afiguro o veneno a percorrer todas as entranhas do meu corpo ao rasgar aquela
máscara suposta. Mas como todo é figurada, permaneço livre de quaisquer
emoções, preso ao intelecto. O Ganha-pão,
a força do meu viver.
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