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domingo, 9 de dezembro de 2012

Fragmentos Diário 10-12-2012


                Hoje só me apetece despedaçar tudo.
                Antes de acontecer o que aconteceu, preocupava-me o presente, o  futuro. Divagava sobre os acontecimentos que passaram, sobre os acontecimentos que poderiam ou não chegar. Ponderava todas as decisões face à minha vida, o que me causava um desassossego que me mantinha muitas noites acordado a divagar.
                Mas depois do que aconteceu, durmo absurdamente bem. Que preocupações poderia alguma vez ter um homem na minha condição? Sem nada.
                Mas hoje perdi tudo isso. Estou preocupado e começo a desenvolver a capacidade de sentir. Tudo me soa com uma ato de traição do destino que me rouba a minha estimada indiferença! Aquela que me faz correr riscos sem que exista uma única célula de preocupação dentro do meu ser.
                Vêm-me uma sede de vingança por parecer ter entrado numa qualquer partida de mau gosto, elaborado por aqueles(as) que tricotam o meu destino, onde me dão algo para depois me tirarem.
                E é neste momento que me ocorre. Enquanto estudava todos os males de me encontrar neste estado. Os ciclos intrínsecos. Os ciclos intrínsecos e repugnantes do ser humano. A obrigação inexorável de sentir, a obrigação (inexorável!?!) de sofrer.....

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