Lá está a minha mente a prever consequências catastróficas e
cataclísmicas. E ainda agora, aqui, em casa, mergulhado nestas depravações da
realidade, imagino o meu adversário nos seus acessos de raiva incontrolável, a
tocar-me a companhia numa sucessão de vezes e aquele som estridente a romper-me
pelos ouvidos; imagino pancadas ocas e brutas a vergarem a porta, como se
estivessem a tentar abri-la com um martelo. Rasgos mágicos do fundo da minha
mente imaginativa e desviante, neste aspeto particular da vida: os confrontos.
Mas eu não cedo. Nem nunca cederei. Porque tenho razão, e sei que tenho razão,
mantenho-me alto e de pé. Mesmo com estes fantasmas do passado a querem
condicionar o futuro, que é só meu e demais ninguém.
Sozinho no meu quarto, encurralado naquelas quatro paredes
já sofri muito, mas muito. E hoje, não deixo que nada nem ninguém me diga que
estou errado, quando eu sei do fundo de mim e com toda a legitimidade de ser
quem sou e de existir, que estou certo. Nem sobre estes pesadelos cogitados por
cicatrizes invisíveis e intemporais, eu cedo. E irei dormir todas as noites com esta
pessoa integra e corajosa que sou eu.
Irei dormir tranquilamente conhecendo-me assim….amando-me
assim.
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