Percebo agora que estava cego. Não sei bem o que me cegou
mas reconheço que foi imperceptível para mim na altura.
Todos
os meus comportamentos gritam o mesmo em uníssono, agora que os recordo... Sobre a minha vontade de extrair prazer fosse do que fosse, nunca houve uma
intenção de futuro, de prolongamento. Queria que tudo acontecesse no momento: Estudava
esfomeado, com uma sede de saber que apenas me surgia em dias que se
distanciavam assazmente uns dos outros; Abusava
imperceptivelmente da suspensão das minhas preocupações existenciais e mundanas,
através da nicotina e do álcool.
Parecia
encarcerado a uma forma de viver fútil. O ceticismo empurra-me vigorosamente para
a dúvida, sobre a veracidade daquele prazer fugaz, que parecia de alguma maneira
roubado ao tempo.
Desprezável, e indigno viciado sem um único traço de verticalidade
exposto, nas recordações que recordo. Que vive fugindo da insatisfação constante
que o prazer em intervalos curtos e descontínuos lhe trás. Que coleciona
migalhas, doces, de felicidade.
"Será que esse viciado...ainda existe?..."
"Será que esse viciado...ainda existe?..."
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