Hoje, refugiei-me no quarto. Tentando fugir do som de portas a bater, das vozes carregadas de fúria. É apenas dentro destas quatro paredes que me posso sentir abrigado das tormentas do mundo. È onde me encontro no tempo e no espaço. Todo parece caos, lá fora, no exterior negro, como que o inicio do fim. Relâmpagos fazem tremer o mundo enquanto a chuva cai entorpecida.
Tudo parece ter acalmado por agora.
Parece o grande suspiro antes do fim.
Num sopro brando, expiro intelectualmente todas aquelas memórias, todas as emoções recentes que me petrificaram e me arrebateram nos últimos dias. Uma hoste atordoante de sensações. Fogo e gelo. Felicidade e doce ventura. Tristeza e depressão amarga. Tudo numa tentativa frustrada ou não, de reescrever o meu destino.
Será que foi tudo uma tentativa de esquecer?
.....
Quando acordei naquele dia de manhã, foram outros olhos que percorreram o quarto, foram outros olhos que percorreram os outros e clarificaram a minha vida. E um desejo doentio começou a asfixiar o meu coração, uma vontade de compensar todos os momentos que não aconteceram, que deixei que não acontecessem.......
Foi com uma sensação de busca e peregrinação que saí de casa e entrei no mundo exterior. Toldado pelo sol que brilhava esplendorosamente.....
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